sábado, 28 de junho de 2014

10° Aula: Aula prática no Hospital da Ceilândia

A aula prática tem como objetivo colocar em exercício todo o conhecimento adquirido nas aulas teóricas. Mas quando chegamos de fato ao hospital vemos que nada é protocolado, nada é tão simples. Com a diferenciação de cada individuo naquele recinto, seja ele um paciente, um familiar do paciente, o médico que está atendendo, o enfermeiro que está acompanhando, fica claro que a abordagem nunca será a mesma e nunca será da forma como você planejou.  A individualidade de cada paciente, a historia de vida, a situação que o colocou ali, a forma como ele lida com isso, sua personalidade, tudo é muito diverso e faz com que sua abordagem às vezes mude de foco. Essa dinâmica não depende somente de você, mas do ambiente envolvido. Achei uma experiência válida para minha formação e acho que esse contato deveria acontecer mais vezes, pois penso que para aperfeiçoar uma pratica você precisa vivencia-la.
Fiquei no setor da pediatria, e estava vazio lá. Fomos em duplas. Eu e minha parceira conseguimos fazer a anamnese de dois pacientes, e tentamos conversar com uma criança que estava na  brinquedoteca (mas ele não falava muito). O primeiro momento foi difícil pela nossa inexperiência, mas as mães das crianças eram bem pacientes e isso ajudou. No primeiro caso a criança era um menino de aproximadamente 6 anos e havia ido para lá após um desmaio. Os médicos diagnosticaram e viram que era um sopro no coração e que necessitaria de cirurgia. O que a mãe mais se queixava era que teria que deixar o emprego, de domestica, para poder cuidar do filho antes e após a cirurgia. Segundo ela isso não a afetaria financeiramente, já que o provedor da maior parte da renda domestica é o marido, mas para ela o trabalho era significativo e importante. Segundo relatos da mãe o filho se queixava de saudade das irmãs e de não ter alguém para brincar, já que a rotatividade na ala infantil é muito grande.  Apesar da preocupação natural pelo susto, já que havia quatro dias que ela receberá o diagnostico, ela me parecia estável emocionalmente.
No segundo caso, a criança era uma menina de aproximadamente um ano com infecção urinaria. A mãe estava bem, e a paciente receberia alta naquele mesmo dia. Não relatou nenhuma queixa, apenas explicitou que para a filha era um pouco estressante porque ela não estava alimentando-se adequadamente por falta de apetite.
Faríamos uma terceira intervenção, mas quando entramos no quarto o paciente iria fazer um procedimento médico, então achamos melhor deixar o acompanhante acompanhar o procedimento que seria feito, para não interferir em sua individualidade.


Material complementar: Como material complementar sugiro o filme “O Amor é Contagioso” com o ator Robin Williams. Conta a historia de um homem que após tentativa de suicídio resolve se internar por espontânea vontade em um sanatório. Sua estadia fez com que ele ajude-se vários internos, e então desperta nele a vontade de se formar em medicina para poder ajudar mais pessoas. Quando entra na faculdade ele usa métodos pouco convencionais para se aproximar dos pacientes, e acaba gerando amizades e inimizades com a sua abordagem. Achei pertinente pois revela a humanidade que existe em todos nós. Nos faz refletir melhor a forma como podemos nos relacionar seja com pacientes, seja com colegas de trabalho. É um filme realmente excepcional e apaixonante. 

sexta-feira, 27 de junho de 2014

9° Aula: Cuidados Paliativos

Os cuidados paliativos se resumem ao cuidado integral do individuo que está acometido por uma doença grave que ameaça a continuidade da vida. A complexidade deste cuidado é diversa, pois ao mesmo tempo que deve-se estar atento a intervenções em relação aos sintomas físicos de desconforto, é preciso trabalhar o lado emocional, espiritual, familiar, social do paciente e da família, sempre respeitando a individualidade de cada um e suas crenças.
Os princípios referentes aos cuidado paliativos são os seguintes:

1.Respeitar a dignidade e autonomia dos pacientes.
2. Honrar o direito do paciente de escolher entre os tratamentos, incluindo aqueles que podem ou não prolongar a vida.
3. Comunicar-se de maneira clara e cuidadosa com os pacientes, suas famílias e seus cuidadores.
4. Identificar os principais objetivos dos cuidados de saúde a partir do ponto de vista do paciente
5. Prover o controle impecável da dor e de outros sintomas de sofrimento físico.
6. Reconhecer, avaliar, discutir e oferecer acesso a serviços para o atendimento psicológico, social e questões espirituais.
7. Proporcionar o acesso ao apoio terapêutico, abrangendo o espectro de vida através de tratamentos de final de vida que proporcionem melhora na qualidade de vida percebida pelo paciente, por sua família e seus cuidadores.
8. Organizar os cuidados de modo a promover  a continuidade dos cuidados oferecidos ao paciente e sua família, sejam estes cuidados realizados no hospital, no consultório, em casa ou em outra instituição de saúde.
9. Manter uma atitude de suporte educacional a todos os envolvidos nos cuidados diretos com o paciente.

Material complementar: http://www.scielo.br/pdf/rbti/v23n1/a13v23n1.pdf
8 Aula: Terapia Ocupacional na UTI adulto

A UTI é uma Unidade de Terapia Intensiva para pacientes potencialmente graves e com problemas em mais de um sistema orgânico que tenham o potencial de se recuperar com suporte e tratamento intensivos. Destina-se a indivíduos a partir dos 16 anos.
O paciente que está em uma UTI está sempre cercado por muitos aparelhos externos que impedem sua independência e mobilidade, tirando totalmente sua autonomia e seu convívio social.  O paciente e a família vivem um momento de insegurança e sofrimento, pois além das privações impostas pela doença e pela internação, eles ainda estão em constante conflito com a perda do ente querido ou de sua própria vida.

A boa integração da equipe é fundamental para o tratamento do paciente e para a relação com a família. As equipes que atuam na UTI são compostas por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais. 
7° Aula: Terapia Ocupacional em Neonatologia

Os cuidados da Terapia  Ocupacional na UTI neonatal são fundamentais para o bebê e para a mãe. A atuação da T.O. está voltada para: o ambiente, o recém nascido e orientações para os pais e para a equipe que está responsável pelos cuidados.
No ambiente é importante inibir determinados estímulos que podem ser muito agressivos para o recém-nascido como a luminosidade, os ruídos do ambiente a posição do bebê na incubadora. A importância de se evitar esse exagero de estímulos é para que o recém-nascido não fique estressado e por consequência não atrapalhe no seu sono, que pode gerar perda de peso e mais debilidade para ele. As intervenções criadas são com a equipe que deve se manter atenta quanto ao barulho que emitem dentro do ambiente, ao exagero de perfume, respeitar a hora de sono do recém-nascido e evitar calçados barulhentos.
No recém-nascido a T.O. avalia o desenvolvimento motor como os reflexos, o tônus muscular e funções sensoriais. Essa intervenção é importante, pois o desenvolvimento motor correto do recém-nascido influenciará, posteriormente, em um desenvolvimento neuropsicomotor normal. A postura  que o recém-nascido é colocado na incubadora também é um fator de extrema importância, pois influência em seu conforto para um bom sono, e para reforçar a tonificação muscular.
E por fim a intervenção com os pais e a equipe. A intervenção com os pais é de extrema importância para que eles não percam o contato com o recém-nascido, e possam se apropriar das tarefas de cuidado, transferindo assim carinho e atenção necessárias ao desenvolvimento. Orientar quanto a forma de amamentação, os posicionamentos para dar colo, o manuseio do recém-nascido para autonomia nas AVD’s e quais brinquedos são próprios e benéficos para ele. E para a equipe, reforçar a importância da autonomia dos pais em relação a seu recém-nascido, o posicionamento correto nas incubadores e na orientação para os pais, e o reforço do banho humanizado.


6° Aula:  Raciocínio Clínico em Terapia Ocupacional
O raciocínio clinico é importante para que se faça o diagnostico da doença no paciente. É necessário que saiba toda a vida do paciente, os sintomas, o estilo de vida antes e depois da enfermidade para que se chegue a um diagnostico.  Existem formas de se desenvolver um raciocínio clinico sendo eles os seguintes:
Raciocínio cientifico: é baseada na doença que o paciente possui e em suas incapacidades. E se desenvolve com coleta de dados dos problemas ocupacionais do individuo.
Raciocínio narrativo: tem como base a história do paciente e o contexto do seu problema, e visa atender as demandas do próprio paciente buscando uma melhora na qualidade de vida do paciente enfermo e o contexto da sua doença.
Raciocínio condicional: baseia-se no contexto atual do paciente, dando a ele uma visão de futuro com qualidade de vida. Sempre o incentivando a pensar no futuro e a fazer planos e traçar metas.
É importante lembrar que essas praticas podem ser alteradas de acordo com a demanda do usuário, e que dependendo da sua demanda elas podem ser utilizadas em conjunto, e sempre se adequando ao perfil do terapeuta.

domingo, 4 de maio de 2014

4º Aula - Terapia Ocupacional na Oncologia

Para entendermos a atuação da terapia ocupacional na oncologia, primeiramente temos que saber as características dessa doença e as formas de tratá-la.
Existem dois tipo de tumores, o maligno que é caracterizado pelo crescimento desordenado de uma célula de determinado tecido que tem a capacidade de invadir outros sistemas, de ser transportada para outra parte do corpo através da corrente sanguínea e é capaz de se autonutrir. O câncer se caracteriza pelos tumores malignos. Alguns dos agentes carcinogênicos são: fatores biológicos, agrotóxicos, poluentes atmosféricos, alcoolismo e tabagismo, hábitos alimentares e exposição prolongada ao sol. E o tumor benigno que tem como diferenciação o fato de ter um crescimento ordenado das células e de não invadir outros tecidos. Ele precisa ser removido pôs pode acabar comprimindo algum órgão, mas por ter um crescimento ordenado e que as vezes também é regressivo, torna sua retirada muito mais fácil.
Os objetivos do tratamento oncológico são de cura, prolongamento da vida útil e a manutenção da qualidade de vida. Existem alguns tipos de tratamento que variam de acordo com o tipo de câncer, e podem ser usados em conjunto: Quimioterapia, radioterapia,cirurgia oncológica, hormonioterapia, imunoterapia e terapia alvo.
Após o conhecimento prévio sobre a doença podemos ter uma ideia de como ela muda drasticamente a vida do paciente oncológico. Levando em consideração que existem várias mudanças corporais e funcionais o paciente passa a ter sua rotina de vida modificada. O terapeuta ocupacional tem, então, como função organizar a vida ocupacional do paciente oncológico, promover projetos sociais e de geração de renda, e trabalhar a questão da autoimagem e papel social do paciente.

O terapeuta ocupacional acompanha todas as etapas desse tratamento, sendo elas: diagnóstico, pré-cirúrgico, pós-cirúrgico, durante o tratamento oncológico, retomada do cotidiano e nos cuidados paliativos. Cada um desses momentos requer uma intervenção diferenciada voltada para o momento e as consequências daquela ação para a vida do paciente.

Material Complementar:
http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/cogitare/article/viewFile/16388/10868



3º Aula - Processo de Avaliação

Para entendermos e darmos início ao processo de avaliação é necessário que vejamos o usuário como um todo, fazendo uma reconstrução da sua vida para além da enfermidade. A avaliação tem como intuito dar base para uma ação de resignificação para o cotidiano hospitalar e pós-hospitalar do usuário.
As ações de avaliação estão ligadas a demanda do campo atuante e em entender e pensar a ação humana nesse contexto.  Para o contexto hospitalar é necessário que o terapeuta ocupacional tenha conhecimento da ampla diversidade dos diagnósticos e de procedimentos terapêuticos e de intervenção.
É necessário avaliar as condições em que o paciente se encontra física, psíquica e socialmente levando em consideração sua história de vida e o processo da doença e as alterações causadas pela hospitalização e o adoecimento.
A avaliação consiste no perfil ocupacional, que é uma prática centrada no cliente onde o terapeuta visa quais são os interesses do cliente, sua prática de vida diária, seus costumes, hábitos e necessidades, para uma melhor formulação do plano de intervenção. E a analise do desempenho ocupacional onde será observado o cliente, o contexto e o ambiente, e a atividade. Essa avaliação se dá através da observação e conversação com o usuário e familiares/cuidadores, sempre levando em consideração as atividades consideradas importantes para o usuário, identificando possíveis barreiras ou facilitadores.
Os itens de avaliação, que sempre levam em consideração o antes e o depois da hospitalização, podem ser definidos da seguinte maneira:
  • ·         Áreas de ocupação: que abrange as AVD’s, AIVD’s, dormir, lazer, participação social, trabalho, educação e brincar.
  • ·        Fatores do cliente: que abrange valores, crenças e espiritualidade, funções do corpo e estruturas do corpo.
  • ·         Padrões de desempenho: que abrange a rotina do usuário e o seu papel.
  • ·         Contextos de desempenho: abrange os fatores social, pessoal, cultural e físico.


É importante lembrar que a avaliação é um processo dinâmico que acontece em toda intervenção feita com o usuário, podendo ser mudada de acordo com o surgimento de uma nova necessidade explicitada por ele.

Material complementar: